quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Uma noite de surpresas

O café-concerto de dia 25 de outubro foi uma noite de surpresas. Mal sabia eu que para além da surpresa que o grupo tinha preparado à Alice Rolo, homenageando-a; a surpresa aos sócios da incrível, representando alguns sketchs do Orlando Laranjeiro que ilustravam a Incrível de há muitos anos atrás e, ainda, a surpresa não só à massa associativa como ao grupo, com um poema do Orlando Laranjeiro dedicado ao CIA, haveria uma homenagem à minha pessoa com direito a poema e tudo.

O poema foi escrito pelo multifacetado Cláudio Ventura que, no seio do grupo, é luminotecnico, sonoplasta, músico, actor, contra-regra e também poeta.

Eugénia Conceição


Teatro.
Lugar de drama,
Forma de arte,
Onde se vê apenas a mascara,
Dos que de si fazem parte.

Fenómeno mágico,
Em local existente,
Imaginário
Mas presente,
De que nada mais é feito
Se não de gente.

E é para esta tríade teatral
Necessária compenetrada preparação.
Só para fazer acontecer,
O que se acabou de ver.

Tempos colectivos e individuais,
Nas nossas mentes, bem reais.

E para que vós os vissem,
Nascer assim neste espaço,
É necessário pulso de aço,
Pois que magia desta não acontece
Só por obra de prece,
Ou por simples e puro acaso.

Atrás dos panos pretos,
Que para vós servem

Para nos dar destaque e louvor.
Está uma equipa de bem
Trabalhando sem olhar a quem,
Sem motivo mais nobre que ter
Ao teatro verdadeiro amor.

Senhoras e senhores de preto, um obrigado a vós.

É por horas desgastantes,
Passadas a fio em ensaios,
Sem apoios constantes,
Por aqueles que nos deviam ser,
Os nossos mais fiáveis apoiantes.

Senhoras e senhores de preto, um obrigado a vós.

E por remarem assim,
Contra marés e tempestades,
Trazidas maioritariamente,
Por pseudo grandes entidades,
Que pelo rei que têm na barriga
Se tornam um prato,
Que vos agradecemos a vós
Gente de preto vestida,
São vocês que nos dão, realmente o teatro.

Porque teatro amador,
É realmente actividade de elite,
Pesada de se fazer andar.
Isto não é para quem quer,
Não é para quem pode,
É preciso amar.

Cláudio Ventura, 21 de Outubro de 2008

1 comentários:

Anónimo disse...

Só agora li este poema, e formulo um desejo : mesmo contra maus ventos e marés continuem a vossa missão.

Henrique Mota